Um dia refletindo, tive a idéia de produzir um livro que falasse da minha vida e dos elos que a rondava. Através de pensamentos, relatei toda sensibilidade que se encontrava dentro de mim. Abri minha mente e deixei sair toda emoção do meu cotidiano. Neste livro, que dedico ao “cara lá de cima”, onde obtive a luz necessária para produzir minha primeira obra, quis mostrar como é importante acreditar na força da vida, mesmo nos momentos de fraquezas. A luz que achei durante esta fase, e que me fez redescobrir o meu eu perdido, tornou possível mostrar de uma forma simbólica, como se é fácil achar o equilíbrio individual. A chave de qualquer sucesso está dentro de cada um. É só saber buscar de maneira coerente. Uma coisa aprendi quando escrevia este livro, a felicidade está mais perto do que nós imaginamos. Nós temos forças suficientes para concretizar qualquer sonho, até mesmo a aqueles que achamos impossíveis de se concretizar. Existem coisas na vida que são marcantes - amor e amizade, por exemplo. Baseado nesse modo de pensar é que relatei todo o meu amor e minhas amizades. É de uma forma carinhosa e sincera que publico este livro e o dedico a todas as pessoas sensíveis, a todas as pessoas que sabem se buscar. No meu túmulo, em vez do famoso aqui jaz, quero que escrevam o seguinte: enfim só, um homem que viveu bem esta vidinha mais ou menos - UM ATOR.

SE EU FOSSE EU   SE EU FOSSE EU, me libertaria dos meus medos e enveredaria por lugares desconhecidos em busca de aventuras nunca experimentadas. Olharia mais para meu lado não explorado e substituiria sentimentos. Cairia num paradoxo de duas existências para conhecer caminhos opostos. Lutaria com meu ego e o modificaria. Ergueria novos projetos, alucinando minha própria vontade de querer tudo acima do padrão. SE EU FOSSE EU, seria mais burro para não vê o que meus olhos atuais me mostram. Modificaria minha aparência e meu físico para parecer mais forte e robusto. Chamaria-me de “O CARA” para poder não saber quem seria. Correria todos os riscos, pois não me preocuparia com o fracasso de não poder tentar algo nunca imaginado. SE EU FOSSE EU, seria a própria morte para não ter o desprazer de ser atacado por ela numa esquina escura. Seria também essa esquina para não deixar passar perto dela o meu eu confuso. Experimentaria ser mais eu, buscaria ser o que nunca tive coragem de ser. Lutaria contra minhas próprias armas amaldiçoadas. Ah! SE EU FOSSE EU, seria o vento suave da primavera e contagiaria todas as outras estações e encheria os corações de brisas perfumadas. Sobrevoaria grandes vales e os transformaria em grandes monumentos invisíveis e cautelosos. Seria o amor de duas crianças. Um amor puro e singelo, como o pôr do sol do verão. SE EU FOSSE EU, lamentaria a perda da dualidade de não ser eu mesmo.